segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

ESTAR SÓ E ESTAR SOZINHA

Acredito que já tenham percebido que todos os artigos que escrevo dou um destaque especial para as pessoas idosas. O assunto de hoje é preocupante e muito vivenciado por elas, principalmente quando são solteiras, ficam viúvas, aposentadas, com casamentos desfeitos etc. Vamos conversar sobre " estar só ou estar sozinha"..

Em recente pesquisa do IBGE foram levantados quatro milhões de brasileiros morando sozinhos, o que equivale 9% dos domicílios ocupantes do país.

Morar só hoje é mais um estilo de vida, pouco importando se a escolha é feliz ou infeliz, se é bom ou não. Por outro lado, muitas vezes, morar só é uma conseqüência e outras, uma necessidade.

Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo, são as cidades que mostram maior índice, ou seja, uma em cada oito casas tem apenas um morador e metade dos apartamentos e flats é ocupada por uma só pessoa. Comparando com a França e a Inglaterra, o Brasil apresenta um percentual muito pequeno.

O que se observa é que morar sozinho é uma tendência mundial e o Brasil se enquadra perfeitamente neste perfil, porque nas últimas décadas houve um crescimento de 41% no número de pessoas que moram sozinhas. Também a desagregação familiar tradicional, pai, mãe, filhos e netos, antes tão sólida, hoje com um elevado número de separações e recasamentos contribui muito para que assim seja.

Mas morar só é uma realidade. Tanto faz ser aqui, como no Sul, na Europa e no restante do mundo. Observem que a maioria das pessoas que vivem sozinhas é geralmente independente e procura se instalar em locais confortáveis. Algumas acham vantajoso não ter que dar satisfação de nada a ninguém. Saem e chegam na hora que querem e entendem. Não acham difícil viver sozinhas. Acreditam que estão bem e que podem continuar bem, porque trocaram o estresse do dia-a-dia pela tranqüilidade de viver sem ninguém para ficar dando palpites na sua vida. Coisas domésticas ficam por conta de uma faxineira contratada que vem quando necessário. Já para outras, morar só é preocupante, porque a perspectiva de viver só sem saber até quando, só agrava, deixando-as angustiadas e extremamente estressadas.

Existe uma diferença entre estar só e de estar sozinha. Estar só é estar sem Deus, sem amigos, sem visão de futuro, sem esperança, entusiasmo e alegria de viver. Na realidade fica até difícil se conviver com pessoas assim, porque se tornam chatas, deprimidas e egoístas, pois a ausência de companhia contribui muito para declinar a saúde, que aliada a solidão força a pessoa a conviver consigo mesma dentro de um quadro de introspecção que muitas vezes é de difícil libertação, a não ser que aceite a ajuda de um psicanalista. São os chamados solitários. A solidão pode ser muito boa e relaxante para quem pratica a concentração, a criatividade e a reflexão.

Já estar sozinha é diferente. É sentir-se sozinha, sem ter uma companhia no momento que gostaria de repartir as alegrias e as tristezas naquele instante em que ocorre a situação. Nada melhor do que um ombro amigo para cantar, conversar, dançar, recordar, festejar , celebrar a vida e até ...para chorar. O que está sendo comum nos dias de hoje é que uma pessoa pode passar a maior parte do tempo sozinha e sentir-se bem e outras podem estar cercadas de pessoas e sentirem-se as únicas no mundo, não é verdade? Esta é a tão falda " solidão povoada".

Diante disso tudo, pensemos e analisemos: onde nos enquadramos para que estando só ou sozinhos sejamos pessoas felizes, de bem com a vida.
Por Tânia Gurgel do Amaral
Fonte: e-mail de Tânia Gurgel do Amaral

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