sábado, 8 de outubro de 2011

Educação na lógica do mercado

Tendo sido feita a análise da postura do Governador Cid Ferreira Gomes, dos legisladores da Assembléia Legislativa do Estado Ceará, do Poder Judiciário do Estado do Ceará, os professores da rede estadual suspenderam a greve após assembleia nesta sexta-feira (07/10/2011), no Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza, muito embora com votação duvidosa. E, pelo menos até nos próximos 30 dias as atividades serão retomadas normalmente, conforme confirmou secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato Apeoc, Sérgio Bezerra.

Olhando ainda a lei aprovada na quinta-feira, 29/09/2011, em regime de urgência, à revelia da categoria, determina um piso salarial de R$ 1.187,00 para professor de nível médio com vínculo de 200 horas/aulas.

Nessa aprovação exclusivamente para nível médio, deixa a hora aula da categoria regulamentada em R$ 5,94. Este é o tanto de aula que o governo quer para os alunos da rede pública.

Pela lógica do Governo do Estado do Ceará, Poder Judiciário e Poder Legislativo a Educação é uma mercadoria como outra qualquer.

No caso, como o Governo está dispoto a pagar apenas R$ 5,94 por cada aula é muito lógico que os alunos da rede pública do Estado do Ceará recebam R$ 5,94 de aula. Mercadoria melhor tem preço melhor.

Quando o Estado do Ceará, aqui inclui-se os três poderes, entender que seus alunos devem receber aula de melhor qualidade é só pagar melhor e receberão como contra-partida uma mercadoria de melhor qualidade. Quem paga um “piso pirata” deve receber uma percadoria também uma “mercadoria pirata”.

Na “lógica de mercado” não tem como dispondo apenas de R$ 5,94 querer receber mercadoria ou serviço que tem um valor maior.

Em sendo assim, do mesmo modo que os alunos recebem a merenda escolar na qualidade que o estado paga, os professores devem fazer um esforço sobrenatural de ministrar apenas R$ 5,94 de aula por ocasião de seu retorno, pois este é o valor que o Estado paga.

Se algum professor recebe mais do que isto por aula deve fornecer uma aula de qualidade correspondente. Cabe a cada professor perceber quanto deveria ser sua aula pelo PCC que não foi substituído e aplicar a proporcionalidade na qualidade da aula.

Assim o estado terá o que é justo, a mercadoria que paga e, portanto a que merece. 

Se a educação é uma mercadoria, os serviços prestados devem está na lógica de mercado.