terça-feira, 3 de julho de 2012

VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA A "TONGA DA MIRONGA DO CABULETÊ"?

Recebi por e-mail e certamente estou socializando...

Lembra da música do Vinícius de Moraes? então leia abaixo, entenda e veja que interessante! Isto é cultura !!!!!!



A "Tonga da Mironga do Cabuletê "...


Ano de 1970.

Vinícius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado de inaugurar a parceria com o disco "A Arca de Noé", fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho Pedro, quando este ainda era menino.

Encontram o Brasil em pleno "MILAGRE ECONÔMICO", que milagre... a censura estava em alta, DOPS, AI5, torturas... a Bossa Nova em baixa.

Opositores ao REGIME pagando com a liberdade e com a vida o preço de seus ideais.

O poeta Vinícius é visto como comunista pela cegueira militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music.

No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a nova parceria.

Vinícius está casado com a atriz baiana Gesse Gessy, uma das maiores paixões de sua vida, que o aproximaria do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois.

Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe xingamentos em Nagô, entre eles "TONGA DA MIRONGA DO CABULETÊ", QUE SIGNIFICA "O PÊLO DO CU DA MÃE".

O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde oliva inspiram o poeta.

Com Toquinho, Vinícius compõe a canção para apresentá-la no Teatro Castro Alves.

Era a oportunidade de xingar os militares sem que eles compreendessem a ofensa.

E o poeta ainda se divertia com tudo isso:

"Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô".

Fonte: Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão; uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.


Tonga da Mironga do Cabuletê

Toquinho e Vinicius de Moraes

Eu caio de bossa eu sou quem eu sou

Eu saio da fossa xingando em nagô

Você que ouve e não fala

Você que olha e não vê

Eu vou lhe dar uma pala

Você vai ter que aprender

A tonga da mironga do cabuletê

A tonga da mironga do cabuletê

A tonga da mironga do cabuletê

Você que lê e não sabe

Você que reza e não crê

Você que entra e não cabe

Você vai ter que viver

Na tonga da mironga do cabuletê

Na tonga da mironga do cabuletê

Na tonga da mironga do cabuletê

Você que fuma e não traga

E que não paga pra ver

Vou lhe rogar uma praga

Eu vou é mandar você

Pra tonga da mironga do cabuletê

Pra tonga da mironga do cabuletê

Pra tonga da mironga do cabuletê

Nenhum comentário: